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Livro que trata do menor abandonado e de sua luta pela sobrevivência.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

LITERATURA BRASILEIRA: ROMANTISMO

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

O movimento artístico-literário conhecido como Romantismo surgiu na Alemanha e na Inglaterra, em fins do século XVIII e início do século XIX, respectivamente as obras de importantes escritores como Goethe (Werther), Schiller (Os salteadores, Guilherme Tell), Lord Byron (poesia ultra-romântica) e Walter Scott (Ivanhoé), e teve seu período áureo, mais fecundo, na primeira metade do século XIX (em Portugal, didaticamente, até 1865; no Brasil, até 1881).

Historicamente, o Romantismo está ligado a dois significativos acontecimentos: Revolução Francesa e Revolução Industrial.

Costuma-se dizer que o Romantismo é “a arte da burguesia, pela burguesia, para a burguesia”, o que é verdadeiro, até certo ponto. Num primeiro momento, a luta burguesa em defesa dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, culminando com a Revolução de 1789 e a derrubada da aristocracia (classe dos nobres) e do absolutismo monárquico (poder se concentra nas mãos do monarca), em favor do liberalismo, contou com a simpatia e adesão dos artistas e escritores da época, que também fariam sua a bandeira da Liberdade. Lutando contra uma estrutura social, política e econômica de exploração, de exclusão do povo e de privilégios para a nobreza, o burguês passa a defender a liberdade individual em todos os setores da vida humana e social, o que, economicamente falando, representa o estímulo à livre iniciativa e à livre concorrência. É a crença na capacidade individual do homem.

A Revolução Industrial, a seu turno, com base na divisão do trabalho e na especialização da mão-de-obra, com vistas ao aumento da produção, abre caminho para o enriquecimento e fortalecimento dessa mesma burguesia, agora classe dominante, “a burguesia capitalista industrial”. Essa nova classe, marcada por uma nova ideologia política, econômica, social, caracterizada por diferentes valores e anseios, e que passa a ter acesso à educação formal e à cultura, é que vai levar ao florescimento da arte Romântica, impregnada daquela nova ideologia. É nesse sentido que se fala em “arte da burguesia, pela burguesia, para a burguesia”.

Mais tarde, percebendo que a antiga estrutura social apenas se convertera na oposição (e conflito) entre a burguesia e o proletariado (classe operária), o artista Romântico, descrente, “desencantado”, passa a opor-se também a ideologia burguesa, fundamentada no lucro, no capital, no poder do dinheiro.

***

O Brasil do início do século XIX também assistirá a alguns acontecimentos de relevo em nossa história: a vinda da família real portuguesa para cá e sua permanência no Rio de Janeiro, de 1808 a 1821, representou um período de grande progresso para o país e preparou terreno para a nossa Independência política, em 1822. Tem início o período monárquico.

Nesse, sentido, o Romantismo (cujo marco inicial, entre nós, é o ano de 1836, com a publicação de Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães) vai se manifestar e se desenvolver dentro de uma profunda mentalidade de emancipação e fortalecimentodos ideais nacionalistas.

CARACTERÍSTICAS ROMÂNTICAS

A arte e literatura Românticas, portanto, vão encontrar tanto no contexto histórico europeu (Revolução francesa) quanto brasileiro (Independência política) condições para lutar pela emancipação, pela libertação em relação aos padrões da arte clássica, que vigorou no século XVIII. LIBERDADE DE EXPRESSÃO, essa é a bandeira mais elevada que norteará o artista Romântico em seus novos caminhos.
Assim, em princípio, pode-se considerar que tudo aquilo que é lei, regra, norma, convenção clássica será motivo de negação, rejeição, desprezo por parte dos Românticos; em lugar do racionalismo, da objetividade e da universalidade temática dos clássicos, entram agora em cena o sentimentalismo, a subjetividade e o individualismo, ou seja, a visão pessoal, individual do artista frente ao mundo e à exploração intensa, profunda, exaustiva de seu mundo interior, de seu “eu”, antes de tudo; em lugar da razão e do cientificismo, volta-se a valorizar a emoção, a religiosidade, o misticismo, o mistério, a imaginação e a fantasia (estas últimas consideradas como o escapismo Romântico); a figura da mulher, tal como no período anterior, passa a ser ainda mais exaltada, idealizada, divinizada, envolvida por uma aura de beleza, pureza, encantamento, sedução e mistério.
Na Europa, artistas Românticos passam a valorizar temas relacionados à Idade Média, ou seja, o seu passado histórico, em que se situam suas raízes culturais e nacionais; assim, a figura do cavaleiro medieval, com seus atos de bravura e heroísmo em defesa de sua amada, reestimulam a imaginação Romântica. São explorados, ainda, temas folclóricos e de caráter popular.

É importantíssimo considerar que o romance (entendido aqui como uma espécie literária narrativa), tal como o conhecemos hoje, surgiu com o Romantismo, com uma pequena diferença: os escritores levados em conta a existência de um novo público consumidor, passam a publicar suas obras em folhetins (fragmentos de um romance publicados em um jornal dia a dia). O teatro também sofre grande impulso nesse período.

No Brasil, o anseio de emancipação plena e de nacionalismo leva à exaltação e idealização do índio, um dos formadores de nossa base etnocultural (é o chamado indianismo) e também à exaltação de nossa natureza e nossas paisagens regionais (o regionalismo).

Entretanto, nem tudo são flores dentro do universo Romântico. A decepção dos artistas com a estrutura social injusta reinstaurada pela burguesia e a descrença no ser humano e na sociedade conduzem-nos a uma postura de constante pessimismo, desilusão, tristeza, mágoa, sofrimento, o que ficou conhecido como “mal-do-século” e também contribuiu para o já mencionado escapismo ou fuga através da fantasia, do sonho e até do anseio de morte. O saudosismo em relação a um passado feliz é outra marca tipicamente Romântica.

Um comentário:

  1. romantismo foi um movimento de interesse burguês. na frança uma falsa LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

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