Sugestão de hoje!!!

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Livro que trata do menor abandonado e de sua luta pela sobrevivência.

sábado, 30 de janeiro de 2016

BANCO DE QUESTÕES CESPE – LÍNGUA PORTUGUESA



BANCO DE QUESTÕES CESPE – LÍNGUA PORTUGUESA


(Cespe/2014) Texto referente às questões de 01 a 05.
            Ninguém sabia, nem pretendia saber, por que ou como Lanebbia e seus associados se interessavam por um bando de maníacos como nós, gente estranha, supostamente inteligente, que passava horas lendo ou discutindo inutilidades. Gente, dizia-se, que brilharia no corpo docente de qualquer universidade; especialistas que qualquer editora contrataria por somas astronômicas (certos astros não são muitos grandes). Era um enigma também para nós; mas, lamentações à parte, sabíamos de nossa incompetência, também astronômica (alguns astros são bastante grandes), para lidar com contratos, chefes, prazos e, sobretudo, reivindicações salariais. Tínhamos, além disso, algumas doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a bibliomania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão neurótico-deliquencial por textos antigos, que nos levava frequentemente a visitas subservientes a párocos, conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós, por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliotecas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosidades que muitos colecionadores cobiçariam. Descobrir esses esconderijos era uma espécie de hobby nosso nos fins de semana, quando saíamos atrás de boa comida, bons vinhos e velhos escritos.
Isaias Pessotti. Aqueles cães malditos de Arquelau. Rio de Janeiro : Ed.34, 1993, p. 11 (com adaptações)
01. Seria mantida a correção gramatical do texto caso a expressão “melhor do que” (linha 11) fosse substituída por “melhor que”.
02. De acordo com a narrativa, os “proprietários” e “curadores” (linha 11) desconheciam a existência de livros que haviam sido escondidos em locais antigos.
03. Justifica-se com base na mesma regra de acentuação gráfica o emprego do acento gráfico nos vocábulos “sabíamos” e “procurávamos”.
04. O emprego de formas verbais no pretérito imperfeito, como, por exemplo, “procurávamos” (linha 8) e “conhecíamos” (linha 10), está associada à ideia de habitualidade, continuidade ou duração.
05. Nos trechos “que qualquer editora contrataria por somas astronômicas” (linhas 3-4), o vocábulo “que” introduz orações adjetivas restritivas, nas quais exerce função de complemento nominal.

(Cespe/2014) Texto referente às questões 06 a 11.
            Esta é uma pergunta que supõe polos opostos. Qual valor supremo a ser realizado pelo ensino?
            A prioridade concedida à informação percorre caminhos diferentes do projeto de formar o cidadão consciente, o espírito crítico, o ser humano solidário?
            Até certo ponto sim. Entupir a cabeça do aluno (penso no jovem que se prepara para um vestibular) com dados, nomes, números e esquemas, o que significa em termos de formar uma pessoa justa, verdadeira, compassiva, democrática?
            A aspiração de Montaigne continua viva, mais do que nunca: a criança não deve ser um vaso que se encha, mas uma vela que se acenda.
            Para não descambar no puro ceticismo, lembro que o exercício constante das ciências físico-matemáticas, das ciências biológicas e da pesquisa histórica pode contribuir para a formação de hábitos de atenção e rigor que, provavelmente, irão propiciar o respeito à verdade, o que é sempre um progresso moral. Digo “provavelmente” porque os numerosos exemplos de transgressão da ética científica, movidos por interesses e paixões, não permitem expressões de otimismo exagerado.
            Permanece inquietante a questão de formar a criança e o jovem para valores que ainda constituem o ideal do nosso tão sofrido bípede implume. O malogro da educação liberal-capitalista nos aflige como, em outro contexto, nos teria afligido um projeto de educação totalitária. Esta impõe, mediante a violência do Estado, a passividade inerme do cidadão, ao qual só resta obedecer aos ditames do partido dominante. Conhecemos o que foi a barbárie nazifascista, a barbárie stalinista, a barbárie maoísta. De outra natureza é a barbárie que vivemos no aqui-e-agora do consumismo irresponsável, dos lobbies farmacêuticos, do desrespeito ao ambiente, das violações dos direitos humanos fundamentais, da imprensa facciosa e venal, dos partidos de aluguel, da intolerância ideológica dos grupelhos, da arrogância dos formadores de opinião espalhados pela mídia e pelas universidades.
            Um plano oficial de educação pouco poderia fazer para alterar esse iminente risco de desintegração que afeta a sociedade civil, atingindo classes e estamentos diversos; mas que ao menos se faça esse pouco!
Alfredo Bosi. A valorização dos docentes é a única forma de construir uma escola eficiente.
Chega de proletários do giz. In.: Carta Capital. Ano XIX, nº 781, p.29 (com adaptações)
06. O emprego das vírgulas isolando “em outro contexto” (linha 15) justifica-se por estar esse adjunto adverbial intercalado na oração a que pertence.
07. Infere-se do texto que a educação liberal-capitalista se baseia em um plano que prioriza a informação.
08. A preposição “para”, tanto em “para valores que ainda constituem o ideal do nosso tão sofrido bípede implume” (linha 14) quanto em “para alterar esse iminente risco de desintegração que afeta a sociedade civil” (linha 22), introduz orações que exprimem finalidade.
09. Na linha 17, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a preposição “a”, em “ao qual”, poderia ser suprimida.
10. Sem prejuízo para o sentido original do texto, o termo “iminente” poderia ser substituído por elevado.
11. No trecho “nos teria afligido um projeto de educação totalitária”, o pronome “nos” poderia ser corretamente empregado imediatamente após a forma verbal “teria”, escrevendo-se “teria-nos”.

(Cespe/2014) Texto referente às questões 12 a 20.
            Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países – incluindo Brasil, Argentina e Venezuela – com acesso ao Oceano Atlântico, que confere ao Estado grande papel na economia. A segunda – composta por países de frente para o Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia – adota o livre comércio e o mercado livre.
            Os dois grupos de países compartilham de uma geografia de culturas e de histórias semelhantes, entretanto, por quase dez anos, a economia dos países do Atlântico cresceu mais rapidamente, em grande parte graças ao aumento dos preços das commodities no mercado global. Atualmente, parece que os anos vindouros são mais promissores para os países do Pacífico. Assim, a região enfrenta, de certa forma, um dilema sobre qual modelo adotar: o do Atlântico ou o do Pacífico?
            Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem, como, por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do Pacífico (formado por México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá s uma média de 4,25%, ao passo que o grupo do Atlântico, formado por Venezuela, Brasil e Argentina – unidos pelo MERCOSUL –, crescerá 2,5%. O Brasil, a maior economia da região, tende a crescer 1,9%.
            Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio estão mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de produtividade. Os países do Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda dependem de commodities como o cobre, também têm feito mais para fortalecer a exportação. No México, a exportação de bens manufaturados representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil, representa 4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como México e Chile têm baixa estação e consideráveis reservas estrangeiras.
            Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano – igual à da Síria, país devastado pela guerra.
David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal.
12. A ideia defendida no texto, que se classifica como dissertativo, é construída por meio de contrastes.
13. Infere-se do texto que o Brasil apresentará o menor índice de crescimento econômico entre os países latino-americanos em 2014, a despeito de ser a maior economia da região.
14. Infere-se do texto que países não banhados pelo Atlântico ou pelo Pacífico, como Paraguai e Equador, não serão inseridos em nenhuma das duas Américas Latinas citadas pelo autor.
15. O texto diferencia aspectos econômicos de países da América Latina que convergem e outros aspectos, como os geográficos, culturais e históricos.
16. Em “começam a se parecer” (linha 18), o pronome “se” poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “parecer”, escrevendo-se “começam a parecer-se”.
17. A forma verbal “há” (linha 1) poderia ser corretamente substituída por existem.
18. No trecho “o do Atlântico ou o do Pacífico” (linha 7-8), subentende-se a palavra “modelo”.
19. Sem prejuízo da correção gramatical do texto, a vírgula empregada logo após o travessão, na linha 12, poderia ser suprimida.
20. Sem prejuízo da correção gramatical ou do sentido original do texto, a forma verbal “representa” (linha 16) poderia ser flexionada no plural – representam –, caso em que concordaria com “bens manufaturados” (linha 16).

(Cespe/2014) Texto referente às questões 21 a 23.
            O objetivo da livre concorrência é preservar o processo de competição, e não os competidores. O processo de competição, no modelo concorrencial, é o que possibilita a repartição ótima dos bens dentro da sociedade, contribuindo para a justiça social.  Isso não significa que a concorrência não deve ser sopesada com outros interesses, como, por exemplo, a defesa do meio ambiente, a manutenção de empregos e o desenvolvimento sustentável. Embora por vezes excludentes entre si, todos esses interesses devem ser ponderados a fim de que se atinja o bem-estar social.
Carlos Emmanuel Joppet Ragazzo. Notas introdutórias sobre o princípio da livre concorrência (com adaptações).
21. No texto, conceitua-se livre concorrência, processo que predomina sobre interesses como o desenvolvimento sustentável e a justiça no mercado de trabalho.
22. Infere-se do texto que a competição por bens entre os indivíduos de uma sociedade leva à justiça social.
23. O vocábulo “sopesada” (linha 3) equivale, no texto, a contrabalançada, compensada.

(Cespe/2013) Texto referente às questões 24 a 29.
            As operadoras de planos de saúde deverão criar ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais.
            A determinação é da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em norma que será publicada no Diário Oficial da União.
            A medida está disposta na Resolução Normativa n.º323 e objetiva reduzir conflitos entre operadoras e consumidores, ampliando a qualidade do atendimento oferecido pelas empresas.
            A expectativa é de que funcionamento regular dessas estruturas possa gerar subsídios para a melhoria de processos de trabalho nas operadoras, em especial no que diz respeito ao relacionamento com o público e à racionalização do fluxo de demandas encaminhadas à ANS.
            As ouvidorias deverão ter estrutura composta por titular e substituto e também deverão ter canais de contato específicos, protocolos de atendimento e equipes capazes de responder às demandas no prazo máximo de sete dias úteis.
            Entre suas atribuições, está a apresentação de relatórios estatísticos e de recomendações ao representante legal da operadora e à Ouvidoria da ANS.
Internet: www.ans.gov.br (com adaptações)
24. Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “ao relacionamento” (linha 7) por “à relação”.
25. Depreende-se das informações do texto que as ouvidorias das operadoras de planos de saúde deverão prestar à Ouvidoria da ANS esclarecimentos e informações acerca das reclamações e sugestões recebidas.
26. Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase em “às suas” justifica-se porque o termo “vinculadas” exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo “suas” vem antecedido por artigo definido feminino plural.
27. Os termos “determinação” (linha 2) e “medida” (linha 4) fazem referência a documentos diferentes no texto.
28. A expressão “dessas estruturas” (linha 6) refere-se ao antecedente “empresas” (linha 5).
29. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “em especial” (linha 7) por especialmente.

(Cespe/2013) Texto referente às questões 30 a 34.
              Há evidências de que a oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde traz efeito positivo aos beneficiários: todas as normas da ANS primam pela pesquisa baseada em evidências científicas nacionais e internacionais e buscam a qualidade da saúde oferecida aos beneficiários dos planos de saúde, bem como o equilíbrio do setor. O grupo técnico – composto por representantes de operadoras, beneficiários, órgãos de defesa do consumidor, entre outros – estudou o tema e levou em consideração inúmeras publicações disponíveis que dão suporte à proposta feita pela ANS. Além disso, experiências práticas bem-sucedidas de operadoras de planos de saúde tanto no Brasil como fora do país também foram consideradas.
Internet: <www.ans.gov.br> ( com adaptações)
30. Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “efeito positivo” (linha 1) por efeitos positivos.
31. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir os travessões (linhas 4-5) por vírgulas ou parênteses.
32. O emprego de vírgulas logo depois de “operadoras” (linha 4) e de “beneficiários (linha 4) justificam-se porque elas isolam aposto explicativo.
33. Predomina no texto a estrutura narrativa.
34. A forma verbal “traz (linha 1) está no singular porque concorda com o núcleo de seu sujeito: “a oferta” (linha 1).

(Cespe/2013) Texto referente às questões 35 a 38.
              Durante o período de janeiro a março de 2013, foram recebidas 13.348 reclamações de beneficiários de planos de saúde referentes à garantia de atendimento. Entre as operadoras médico-hospitalares, 480 tiveram pelo menos uma reclamação e, entre as operadoras odontológicas, 29 tiveram pelo menos uma reclamação de não cumprimento dos prazos máximos estabelecidos ou de negativa de cobertura.
              A fiscalização do cumprimento das garantias de atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores e a melhorarem o seu relacionamento com o cliente. Para isso, a participação dos consumidores é de fundamental importância.
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações)
35. A vírgula logo após “2013” (linha 1) foi empregada para isolar adjunto adverbial anteposto.
36. Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substituir o termo “pois” (linha 6) por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que, porquanto.
37. Depreende-se das informações do texto que a forma de “participação dos consumidores” (linha7) sugerida no texto é a reclamação.
38. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “é” (linha 5) por são, desde que também se substitua “leva” (linha 6) por levam.

Texto referente às questões 39 a 42.
               A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou o último relatório de monitoramento das operadoras, que, pela primeira vez, inclui novos critérios para suspensão temporária da comercialização de planos de saúde. Além do descumprimento dos prazos de atendimento para consultas, exames e cirurgias, previstos na RN 259, passaram a ser considerados todos os itens relacionados à negativa de cobertura, como rol de procedimentos, o período de carência, a rede de atendimento, o reembolso e o mecanismo de autorização para os procedimentos.
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações)
39. Depreende-se das informações do texto que, antes do último relatório, a ANS, no monitoramento das operadoras, já adotava como um dos critérios para a suspensão provisória de comercialização de planos de saúde o descumprimento dos prazos de atendimento para consultas, exames e cirurgias.
40. Na linha 4, o sinal indicativo de crase em “à negativa” é empregado porque a regência de “relacionados” exige complemento regido pela preposição a e o termo “negativa” vem antecedido de artigo definido feminino.
41. As vírgulas empregadas logo após “procedimentos” (linha 5) e “carência” (linha 5) isolam elementos de mesma função sintática componentes de uma enumeração de termos.
42. Os acentos gráficos empregados em “Agência” e em “Saúde” têm a mesma justificativa.

(Cespe/2013) Texto referente às questões 43 a 47.
              A avaliação das operadoras de planos de saúde em relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro do mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando evolutivamente seus próprios resultados. Os planos de saúde recebem notas de zero a quatro: zero significa que o serviço atendeu às normas, e quatro é a pior avaliação possível do serviço. Os planos com pior avaliação – durante dois períodos consecutivos – estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização. Quando isso ocorre, os clientes que já haviam contratado o serviço continuam o direito de usá-lo, mas a operadora não pode aceitar novos beneficiários nesses planos.
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações)
43. A substituição dos travessões da linha 5 por vírgulas ou por parênteses preservaria a correção gramatical do período.
44. Em “usá-lo” (linha 6), o pronome “lo” é elemento coesivo que se refere ao antecedente “serviço”(linha 6).
45. O segmento “que já haviam contratado o serviço” (linha 6) tem natureza restritiva.
46. Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “é realizada” (linha 2) por realiza-se.
47. O sinal de dois-pontos logo depois de “critérios” (linha 2) está empregado para anunciar uma enumeração explicativa.

(Cespe/ 2014) Texto referente às questões 48 a 53.
              A ANS vai mudar a metodologia de análise de processos de consumidores contra as operadoras de planos de saúde com o objetivo de acelerar os trâmites das ações.
              Uma das novas medidas adotadas será a apreciação coletiva de processos abertos a partir de queixas dos usuários. Os processos serão julgados de forma conjunta, reunindo várias queixas, organizadas e agrupadas por temas e por operadora.
              Segundo a ANS, atualmente, 8.791 processos de reclamações de consumidores sobre o atendimento dos planos de saúde estão em tramitação na agência. Entre os principais motivos que levaram às queixas estão a negativa de cobertura, os reajustes de mensalidades e a mudança de operadora.
              No Brasil, cerca de 48,6 milhões de pessoas têm planos de saúde com cobertura de assistência médica e 18,4 milhões têm planos exclusivamente odontológicos.
Valor Econômico, 22/3/2013
48. Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “acelerar” (linha 2) por acelerarem.
49. O vocábulos “organizadas” e “agrupadas”, ambos na linha 4, estão no feminino plural porque concordam com “queixas” (linha 4).
50. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de” (linha 9) por acerca de.
51. Trata-se de texto de natureza subjetiva, em que a opinião do autor está evidente por meio de adjetivos e considerações de caráter pessoal.
52. De acordo com o texto, no momento em que foram publicadas, as novas medidas já estavam sendo aplicadas nos processos de consumidores contra as operadoras de planos de saúde.
53. Segundo as informações do texto, os processos dos consumidores contra as operadoras de planos de saúde serão julgados individualmente.

(Cespe/2013) Texto referente às questões 54 a 57.
              Acho que, se eu não fosse tão covarde, o mundo seria um lugar melhor. Não que a melhora do mundo dependa de uma só pessoa, mas, se o medo não fosse constante, as pessoas de uniriam mais e incendiariam de entusiasmo a humanidade.
              Mas o que vejo no espelho é um homem abatido diante das atrocidades que afetam os menos favorecidos.
              Se tivesse coragem, não aceitaria crianças passarem fome, frio e abandono. Elas nos assustam com armas nos semáforos, pedem esmolas, são amontoadas em escolas que não ensinam, e, por mais que chorem, somos imunes a essas lágrimas.
              Sou um covarde diante da violência contra a mulher, do homem contra o homem. E porque os índios estão tão longe da minha aldeia e suas flechas não atingem meus olhos nem meu coração, não me importa que tirem suas terras, sua alma.
              Analfabeto de solidariedade, não sei ler sinais de fumaça. Se tivesse um nome indígena, seria “cachorro medroso”. Se fosse o tal ser humano forte que alardeio, não aceitaria famílias sem ter onde morar.
Sérgio Vaz. Antes que seja tarde. In.: Caros Amigos, mai./2013, p.8 (com adaptações)
54. A supressão das vírgulas que isolam a oração “se o medo não fosse constante” (linha 2) não afetaria a correção gramatical do texto.
55. A coerência e a coesão do texto não seriam prejudicadas se o trecho “se o medo não fosse constante, as pessoas (...) a humanidade.” (linha 2) fosse reescrito da seguinte forma: se o medo não for constante, as pessoas se unirão mais e incendiarão de entusiasmo a humanidade.
56. O verbo alardear, em “Se fosse o tal ser humano forte que alardeio” (linha 12), está no sentido de vangloriar-se, gabar-se.
57. Infere-se do texto que as mazelas que assolam o mundo se devem às desigualdades sociais.

(Cespe/2014) Texto referente às questões 58 a 63.
              Embora não tivessem ficado claras as fontes geradoras de quebras da paz urbana, o fenômeno social marcado pelos movimentos populares que tomaram as ruas das grandes cidades brasileiras, em 2013, parecia tendente a se agravar. As vítimas das agressões pessoais viram desprotegidas a paz e a segurança, direitos sagrados da cidadania. Todos foram prejudicados. Pode-se constatar que em outras partes do mundo, fenômenos sociais semelhantes também ocorreram. Lá como cá, diferentes tipos de ação atingiram todo o grupo social, gerando vítimas e danos materiais. Nem sempre a intervenção das forças do Estado foi suficiente para evitar prejuízos. Do ponto de vista global, notou-se que a quebra da ordem foi provocada em situações diversas e ora tornou mais graves as distorções do direito, ora espalhou a insegurança coletivamente. Em qualquer das hipóteses, a população dos vários locais atingidos viu-se envolvida em perdas crescentes.
Internet: <www1.folha.uol.com.br>(com adaptações)
58. Depreende-se das ideias do primeiro parágrafo do texto que a identificação da origem do fenômeno social representado pelos movimentos sociais ocorridos em 2013 seria suficiente para evitar que eles se agravassem.
59. Na linha 6, a partícula “se” é empregada para determinar o sujeito.
60. Por meio do termo “hipóteses” (linha 8), são retomadas as ideias dos trechos “tornou mais graves as distorções do direito” (linha 7) e “espalhou a insegurança coletivamente” (linha 7-8).
61. A correção gramatical, bem como as informações originais do texto, seriam mantidas caso o período “As vítimas das agressões pessoais viram desprotegidas a paz e a segurança, direitos sagrados da cidadania” (linha 3) fosse reescrito da seguinte forma: As pessoas agredidas viram-se desprotegidas em sua paz e segurança – prerrogativas legais consagradas da cidadania.
62. Sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do texto, o trecho “Pôde-se constatar (...) ocorreram.” (linha 4) poderia ser assim reescrito: Supôs-se que também ocorreu, em outros países do mundo, movimentos sociais analógicos.
63. Os termos “Lá” (linha 4) e “cá” (linha 5) são utilizados como recursos para expressar circunstância de lugar, o primeiro referindo-se a “outra partes do mundo” (linha 4) e o segundo, ao Brasil.

(Cespe/2013) Texto referente às questões 64 a 71.
              Quando o homem moderno, particularmente o habitante da cidade, deixa a luz natural do dia ou a luz artificial da noite e entra no cinema, opera-se em sua consciência uma mudança psicológica crucial. Do ponto de vista subjetivo, na maioria dos casos, ele vai ao cinema em busca de distração, entretenimento, talvez até instrução, por um bom par de horas. Pouco lhe importam as condições técnicas e socioeconômicas das indústrias que, em primeira instância, lhe possibilitam assistir aos filmes; na verdade, esse tipo de preocupação nem lhe passa pela cabeça. Um dos principais aspectos desse ato corriqueiro, que se chama situação cinema, é o isolamento mais completo possível do mundo exterior e de suas fontes de perturbação visual e auditiva. O cinema ideal seria aquele onde não houvesse absolutamente nenhum ponto de luz (tais como 16 letreiros luminosos de emergência e saída etc.) fora da própria tela e onde, fora a trilha sonora do filme, não pudessem penetrar nem mesmo os mínimos ruídos. A eliminação radical de todo e qualquer distúrbio visual e auditivo não relacionado com o filme justifica-se pelo fato de que apenas na completa escuridão podem-se obter os melhores resultados na exibição do filme. A perfeita fruição do ato de ir ao cinema é prejudicada por qualquer distúrbio visual ou auditivo, que lembra ao espectador, contra a sua vontade, que ele estava a ponto de suscitar uma experiência especial mediante a exclusão da realidade trivial da vida corrente. Esses distúrbios o remetem à existência de um mundo exterior, totalmente incompatível com a realidade psicológica de sua experiência cinematográfica. Daí é inevitável a conclusão de que a fuga voluntária da realidade cotidiana é uma característica essencial 31 da situação cinema.
Hugo Mauerhofer. A psicologia da experiência cinematográfica. In.: Ismail Xavier. A experiência do cinema. RJ: Graal, 1983. (com adaptações)

64. O indivíduo que vai ao cinema o faz em busca de isolamento, distração, entretenimento e (ou) instrução.
65. Conforme o texto, o cinema ideal não pode existir no mundo real, já que a colocação de letreiros luminosos de emergência e saída é obrigatória, nesses ambientes, por questões de segurança.
66. A exclusão da realidade trivial da vida corrente faz parte da experiência vivida pelo espectador de cinema.
67. O homem moderno que não vive em ambiente urbano e o que vive nesse ambiente são afetados psicologicamente pelo cinema de maneiras distintas.
68. Seriam mantidos o sentido original do texto e sua correção gramatical caso o período “O cinema ideal seria aquele onde não houvesse absolutamente nenhum ponto de luz” (linha 7) fosse reescrito do seguinte modo: O cinema ideal seria aquele onde não houvessem pontos de luz.
69. A forma verbal “importam” (linha 4) foi empregada no plural por concordar com “o homem moderno” (linha 1), expressão de sentido coletivo a que se refere o sujeito da oração em que essa forma verbal ocorre.
70. Mantendo-se a correção gramatical do texto, no último período do primeiro parágrafo, o pronome “lhe” poderia ser deslocado para logo depois das formas verbais “importam” (R.7), “possibilitam” (R.8) e “passa” (R.10), escrevendo-se
importam-lhe, possibilitam-lhe e passa-lhe, respectivamente.
71. A substituição do vocábulo “onde” (R.14) por em que manteria a correção gramatical e o sentido original do texto.

Texto referente às questões 72 a 78.
            Caso alguém pergunte, em um futuro distante, qual terá sido o meio de expressão de maior impacto da era moderna, a resposta será quase unânime: o cinematógrafo. Inventado em 1895 pelos irmãos Lumière para fins científicos, o cinema revelou-se peça fundamental do imaginário coletivo do século XX, seja como fonte de entretenimento, seja como fonte de divulgação cultural de todos os povos do globo.
            O cinematógrafo aportou no Brasil com Affonso Segretto, imigrante italiano que filmou cenas do porto do Rio de Janeiro e tornou-se nosso primeiro cineasta, em 1898. Um imenso mercado de entretenimento foi montado em torno da capital federal no início do século XX, quando centenas de pequenos filmes foram produzidos e exibidos para plateias urbanas que, em franco crescimento, demandavam lazer e diversão.
            Nos anos 30, iniciou-se a era do cinema falado. Já então, o pioneiro cinema nacional concorria com o forte esquema de distribuição norte-americano, em uma disputa que se estende até os nossos dias. A criação do estúdio Vera Cruz, no final da década de 40, representou o desejo de diretores que, influenciados pelo requinte das produções estrangeiras, procuravam realizar um tipo de cinema mais sofisticado.
            A reação ao cinema da Vera Cruz representou o movimento que divulgou o cinema nacional para o mundo inteiro: o Cinema Novo. No início da década de 60, um grupo de jovens cineastas começou a realizar uma série de filmes imbuídos de forte temática social. Entre eles, Glauber Rocha, cineasta baiano e símbolo do Cinema Novo. Diretor de filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968), Glauber tornou-se uma figura conhecida no meio cultural brasileiro, tendo redigido manifestos e artigos na imprensa, rejeitado o cinema popular das chanchadas e defendido uma arte revolucionária que promovesse verdadeira transformação social e política.
História do cinema brasileiro. Internet: <http://dc.itamaraty.gov.br> (com adaptações)

72. O Cinema Novo surgiu como um movimento de oposição ao tipo de filme produzido pelo estúdio Vera Cruz, cuja temática era voltada para as elites.
73. A substituição da forma verbal “terá sido” (linha 1) por foi não prejudicaria a correção gramatical nem a coerência do texto.
74. Seria mantida a correção gramatical do texto caso fosse empregada vírgula logo após o adjetivo “federal” (linha 7).
75. Sem prejuízo da correção gramatical do texto ou de seu sentido original, o trecho “um grupo (...) temática social” (linha 14-15) poderia ser reescrito da seguinte forma: um grupo de jovens cineastas começaram a realizar uma série de filmes críticos de forte temática social.
76. As orações nas quais estão presentes as formas verbais “redigido” (linha17), “rejeitado” (linha 27) e “defendido” (linha 18), que são coordenadas entre si, relacionam-se, semanticamente, à oração “Glauber tornou-se uma figura conhecida no meio cultural brasileiro” (linha 17).
77. No Brasil, o cinematógrafo sempre foi usado na indústria do entretenimento, não tendo finalidade científica.
78. Conclui-se do texto que o cinema brasileiro foi pioneiro na era do cinema falado.

Texto referente às questões 79 a 88.
            O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que apresenta tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa diversidade é valorizada e preservada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério da Cultura.
Cidadãos de áreas rurais que estejam ligados a atividades culturais e estudantes universitários de todas as regiões do Brasil, por exemplo, são beneficiados por um dos projetos da SID: as Redes Culturais. Essas redes abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações de cunho artístico. O projeto é guiado por parcerias entre órgãos representativos do Estado brasileiro e as entidades culturais.
A Rede Cultural da Terra realiza oficinas de capacitação, cultura digital e atividades ligadas às artes plásticas, cênicas e visuais, à literatura, à música e ao artesanato. Além disso, mapeia a memória cultural dos trabalhadores do campo. A Rede Cultural dos Estudantes promove eventos e mostras culturais e artísticas e apoia a criação de Centros Universitários de Cultura e Arte.
Culturas populares e indígenas são outro foco de atenção das políticas de diversidade, havendo editais públicos de premiação de atividades realizadas ou em andamento, o que democratiza o acesso a recursos públicos.
O papel da cultura na humanização do tratamento psiquiátrico no Brasil é discutido em seminários da SID. Além disso, iniciativas artísticas inovadoras nesse segmento são premiadas com recursos do Edital Loucos pela Diversidade. Tais ações contribuem para a inclusão e socializam o direito à criação e à produção cultural.
A participação de toda a sociedade civil na discussão de qualquer política cultural se dá em reuniões da SID com grupos de trabalho e em seminários, oficinas e fóruns, nos quais são apresentadas as demandas da população. Com base nesses encontros é que podem ser planejadas e desenvolvidas ações que permitam o acesso dos cidadãos à cultura e a produção de suas manifestações, independentemente de cor, sexo, idade, etnia e orientação sexual.
Identidade e diversidade. Internet: <www.brasil.gov.br/sobre/cultura> (com adaptações)
79. Mantêm-se as informações originais e a correção gramatical do texto caso o primeiro parágrafo seja assim reescrito: Em 2003, ligada ao Ministério da Cultura, com a finalidade de preservar e de valorizar as diferentes manifestações culturais, principalmente no Brasil, que têm tradições e costumes diversos, foi criada a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID).
80. A retirada da expressão de realce “é que” (linha) e a colocação de vírgula após o segmento “Com base nesses encontros” (linhas 18-19) não acarretaria prejuízo gramatical ao período.
81. Depreende-se do texto que a finalidade específica da SID é reservar espaços para debates sobre política cultural com determinados grupos da sociedade: os indígenas e as comunidades negras, embora essa secretaria também promova outros projetos culturais.
82. O emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório em “às diferentes manifestações” (linha1) e facultativo em “às artes plásticas” (linha 8), “à literatura” (linha 9) e “à música” (linha 9).
83. A expressão “Tais ações” (linha 16) está empregada em referência à discussão acerca do papel da cultura na humanização do tratamento psiquiátrico e à premiação a iniciativas artísticas inovadoras nesse segmento.
84. O termo “nesse”, em “iniciativas artísticas inovadoras nesse segmento” (linha 15), refere-se à Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural.
85. A substituição do segmento “de toda a” (linha 17) por “da” não causaria prejuízo semântico ao texto.
86. A retirada da vírgula após “Brasil” (linha 5) manteria a correção gramatical e os sentidos do texto, visto que, nesse caso, o emprego desse sinal de pontuação é facultativo.
87. A correção gramatical do texto seria mantida caso as formas verbais “promove” e “apoia” (linha 10) fossem flexionadas no plural, para concordar com o termo mais próximo, “dos Estudantes” (linha 10).
88. No período “Essas redes abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações de cunho artístico.” (linhas 5-6), duas orações expressam finalidades das “Redes Culturais” (linha 5).

Texto referente às questões 89 a 93.
            O título de Papéis Avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria.  São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa. Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja inútil. O livro está nas mãos do leitor. Direi somente que se há aqui páginas que parecem meros contos e outras que o não são, defendo-me das segundas com dizer que os leitores das outras podem achar nelas algum interesse, e das primeiras defendo-me com São João e Diderot. O evangelista, descrevendo a famosa besta apocalíptica, acrescentava (XVII, 9): “E aqui há sentido, que tem sabedoria”, Menos a sabedoria, cubro-me com aquela palavra. Quanto a Diderot, ninguém ignora que ele não só escrevia contos, e alguns deliciosos, mas até aconselhava a um amigo que os escrevesse também. E eis a razão do enciclopedista: é que quando se faz um conto, o espírito fica alegre, o tempo escoa-se, e o conto da vida acaba, sem a gente das por isso. Deste modo, venha donde vier o reproche, espero que daí mesmo virá a absolvida.
Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 (com adaptações)

89. No trecho “Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja inútil” (linha 4) a vírgula separa orações coordenadas.
90. Depreende-se do texto que, embora a obra tenha recebido o título de Papéis Avulsos, os escritos tratam da história da mesma família.
91. Os termos “Diderot” (linha 8) e “enciclopedista” (linha 9) compartilham o mesmo referente.
92. A palavra “que”, em todas as ocorrências no trecho “Direi somente que se há aqui páginas que parecem meros contos e outras que o não são” (linha 5), pertence a uma mesma classe gramatical.
93. Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no trecho “fez sentar à mesma mesa” (linha 4).

Texto referente às questões 94 a 100.
            Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Sua ideal será colher o fruto sem plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo. Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, características desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e aos esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam-lhes, ao contrário, por viciosos e desprezíveis. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador.
Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

94. O autor do texto apresenta dois tipos básicos de comportamentos humanos equivalentes: o aventureiro e o trabalhador.
95. O termo “Já”, em “Já nas sociedades rudimentares manifestam-se, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores” (linhas 2-3), é empregado com sentido temporal, razão por que o seguimento “Já nas” poderia ser corretamente substituído por Desde as.
96. As expressões “Para uns” (linha 4) e “Esse tipo humano” (linha 6) remetem, respectivamente, aos indivíduos aventureiros e aos indivíduos lavradores.
97. O vocábulo “enaltecidos” (linha 16) poderia ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por arrefecidos.
98. Nos trechos “Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles” (linhas 2-3) e “No mundo tudo se apresenta a ele” (linha 6), os pronomes “eles” e “ele” exercem a função sintática de complemento verbal.
99. Julgue se a proposta de reescrita do trecho indicado entre aspas está gramaticalmente correta, ou errada, em caso contrário. “Assim, o indivíduo (...) do aventureiro” (linhas 12-13): Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo nas ações em que sente ânimo de pratica e inversamente, considerará imoral e detestável as qualidades próprias do aventureiro.
100. Julgue se a proposta de reescrita do trecho indicado entre aspas está gramaticalmente correta, ou errada, em caso contrário. “No mundo, (...) em trampolim” (linha 6-8): No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija obstáculos a seus propósitos ambiciosos, ele sabe transformá-lo em trampolim.


GABARITO
01. CERTO
02. ERRADO
03. CERTO
04. CERTO
05. CERTO
06. CERTO
07. CERTO
08. ERRADO
09. ERRADO
10. ERRADO
11. ERRADO
12. CERTO
13. ERRADO
14. ERRADO
15. CERTO
16. CERTO
17. CERTO
18. CERTO
19. ERRADO
20. ERRADO
21. ERRADO
22. ERRADO
23. CERTO
24. ERRADO
25. CERTO
26. CERTO
27. ERRADO
28. ERRADO
29. CERTO
30. ERRADO
31. CERTO
32. ERRADO
33. ERRADO
34. ERRADO
35. CERTO
36. CERTO
37. CERTO
38. ERRADO
39. CERTO
40. CERTO
41. CERTO
42. ERRADO
43. CERTO
44. CERTO
45. CERTO
46. ERRADO
47. CERTO
48. CERTO
49. CERTO
50. ERRADO
51. ERRADO
52. ERRADO
53. ERRADO
54. ERRADO
55. CERTO
56. ERRADO
57. ERRADO
58. ERRADO
59. ERRADO
60. CERTO
61. ERRADO
62. ERRADO
63. CERTO
64. ERRADO. A partir da linha 2 temos: Do ponto de vista subjetivo, na maioria dos casos (e não em todos como supõe a questão), ele vai ao cinema em busca de distração, entretenimento, talvez (hipótese) até instrução (...). O que significa que a conjunção “e” torna a questão errada, uma vez que as quatro opções (distração, entretenimento, instrução e isolamento) podem não acontecer simultaneamente.
65. ERRADO
66. CERTO
67. ERRADO
68. ERRADO
69. ERRADO
70. ERRADO
71. CERTO
72. ERRADO
73. CERTO
74. CERTO
75. ERRADO
76. CERTO
77. ERRADO
78. ERRADO
79. ERRADO
80. CERTO
81. ERRADO
82. ERRADO
83. CERTO
84. ERRADO
85. CERTO
86. ERRADO
87. ERRADO
88. CERTO
89. ERRADO
90. ERRADO
91. CERTO
92. ERRADO
93. ERRADO
94. ERRADO
95. CERTO
96. ERRADO
97. ERRADO
98. ERRADO
99. ERRADO
100. CERTO